5 meses no Québec!!!

Hoje faz exatamente 5 meses que estamos aqui, e já tá começando a gelar... Hoje a previsão é de 3 graus durante a noite com sensação de -1 grau!
Já peguei a minha primeira gripe, devido a mudança de tempo. (Isso é muito comum nesta época de outubro/novembro).

Quem diz que é muito complicado os seis primeiros meses de um imigrante, acho que se enganou... bom, pelo menos no nosso caso, tudo tem sido bem legal e levamos a vida de uma forma bem divertida (pas de stress!). A cada mês temos mais certeza de que para o Brasil dificilmente voltaremos...

Algum arrependimento?
Talvez, por ter vindo direto para Québec. Isso se pensarmos financeiramente, pois na parte inglesa os salários são bem melhores e a quantidade de vagas de trabalho é mais que o dobro daqui (também gasta-se mais, mas não se compara com o que se ganha...).
Aqui, perde-se mais tempo, tendo que aprender bem as duas línguas, quando em 5 meses na parte inglesa já poderíamos ter um nível de inglês considerável para conseguir um bom trabalho (eu principalmente). Não estou muito preocupada no momento em trabalhar, mas sei que conseguir um trabalho qualificado no Québec, está muito distante disso acontecer.

Minha profissão (área de qualidade) não vale nada, pois para conseguir trabalhar na minha área tenho que ter uma excelente escrita de francês e inglês (ho, ho, ho... quem sabe no Natal...).
Por isso, terei que fazer um curso de 1 ano pelo menos, para me qualificar, aprender inglês e voilá! Quem sabe em dois anos eu consigo...
Vir com o sonho de trabalhar na mesma área, é quase uma utopia se pensarmos em algo rápido (não contando com a sorte). Mas para quem não tem problema com o tempo, em alguns anos, acho que é possível (desde que se tenha renda para se manter). Não estou tentando desanimar ninguém, essa é a única dificuldade que vejo para mim, no momento, já que não falo bem nenhum dos idiomas.

Ah! Falando de arrependimentos, não posso esquecer de comentar o quanto me arrependi de ter trazido minhas botinhas de salto. Não as usei até agora e pelo jeito, vai ser difícil com o inverno.
Eu uso todo dia tênis e aqui tem umas botinhas lindas sem salto para comprar. Só em pensar que lotei uma mala de mão somente com sapatos e sandálias, isso me dá muita raiva :(

As únicas coisas que sinto falta no Brasil:

• Comer em restaurantes todo dia e não precisar cozinhar.
  
Pra mim, essa é a maior tortura, pois tenho que fazer comida todos os dias. Comer fora é caro, e se você não gosta de frituras (nosso caso), para comer uma comidinha saudável somente fazendo. Eu detesto isso!

• Fazer faxina.
  Quem me conhece, sabe bem! Odeio, ter que me preocupar em não sujar a casa para que ela fique limpa o máximo de tempo possível. Isso desgasta o meu cérebro e a paciência do Marcelo com a palavra: Cuidado!... Rsrsrrs...
  
Quando falei na sala para a professora que eu não me preocupava com isso no Brasil, pois eu pagava para alguém fazer, ela ficou admirada e perguntou se isso era realmente possível, pois ela não sabia que em outros países era tão fácil ter uma faxineira. Wow!

• Depilação, manicure, cabeleireiro
São coisas muito caras por aqui. Eu que corto o cabelo do Marcelo, modéstia parte, corto muito bem!
Um dos meu objetivos é fazer a bendita depilação a laser, não aguento mais ter que me depilar.
As minhas unhas andam um horror! Nem sempre tenho tempo para fazê-las. Uma coisa boa foi ter trazido meus esmaltes, pois aqui é um pouco caro e os que achamos nos Dolaramas da vida (loja de 1 dólar), tem cores extravagantes demais.

Em relação as outras coisas do dia-a-dia, não estamos tendo muitos problemas. Já nos sentimos adaptados com o local. Já sabemos onde é caro ou barato, onde é bom ou não... (o Marcelo já tem até um time fixo de futebol para jogar todo sábado).

Não tenho mais vergonha de me virar sozinha na rua, dou sempre um jeito de expor as minhas idéias e tem dado certo. Sinto que evoluí muito no francês.
O Marcelo está concentrado no inglês, já que no trabalho dele:
Francês = 0.
Ele está adorando! A experiência que ele está adquirindo é excelente.

Resumindo, a palavra-chave de imigrar é ter Humildade em tudo. É saber que vai passar por alguns apertos, que terá uma vida bem diferente do que se vive no Brasil. Porém, acho que tudo compensa!
O negócio é vir com a cabeça aberta para todas as possibilidades!